 |
| Hello, Bitches❤ |
Bruno 1 já acordava esperto e com um sorriso no rosto. Ele amava dormir, mas naquele dia específico ele amou acordar cedo para preparar o café de Bruno 2. Pão integral, queijo suíço e o café bem forte. Naquele dia valia a pena, pois, era o dia de seu casamento. Então ele ficou lá, parado com o café na mão, olhando o noivo e futuro marido nu na cama. Passou seus olhares por todo o corpo desnudo. Do pé 42. passando por sua costa cheia de sardas, até o cabelo recém cortado. Ele não conseguia entender como teve a sorte de encontrar alguém assim, há 15 anos. Seu 1° beijo, seu 1° namorado, sua 1° vez. Seu único e verdadeiro amor.
Mapeei a dedo tuas sardas
Contornei sem jeito tuas linhas
Que te entregam e desvendam o melhor em mim
Me perdi no céu das suas pintas
Me encontrei no céu da tua boca
Tu é labirinto, rua sem saída
Me rendi a tua alma nua, vem cá
Bruno 1 acordou seu amado com um beijo no rosto, que rapidamente despertou com o sorriso e o cheiro gostoso de café. Bruno 1, sentou ao seu lado e cantaralou como se sua vida fosse um musical. Naquele dia, seria:
Congela o teu olhar no meu
Esconde que já percebeu
Que todo meu amor é teu amor
Então vem cá
Que nós, até Caio escreveu
Parece que nos conheceu
Em mel e girassóis te peço, só te peço
Fica
Fica, me queira e queira ficar
Fica
Fica, me queira, queira
Bruno 2 se levantou da cama, ainda pelado e puxou o corpo de seu noivo junto ao seu, o deixando excitado e ao mesmo tempo sem graça, não de vergonha, mas de felicidade. Eles se conheciam, sabiam exatamente como despertar cada sentimento. Ele encostou os lábios na boca do outro e depois os levou a orelha
Eu te amo tanto, tanto, tanto, tanto, tanto
Eu te amo tanto, tanto, tanto, tanto, tanto
Tanto que faz doer no coração
É como o sol da solidão queimando
Assim te amo tanto, tanto, tanto, tanto
É que eu te amo tanto, tanto, tanto, tanto
Tanto que faz doer no coração
O amor não tem explicação
Te amo
Bruno 1 então tirou sua roupa para se igualar ao amado. O café podia esperar mais um pouco.
Do outro lado da cidade, no apartamento das Meninas, Ulysses já havia preparado o café, afinal, na cabeça dele, era uma forma de agradecer. Para Eliza, ele estava tentando evenena-la.
- Não precisava - Pam dizia sem graça.
- Não mesmo - Eliza dava um gole no café e cuspia de volta percebendo que estava sem açúcar.
- Claro que precisava, hoje é o casamento do Bruno - Ulysses disse - É pra tá todo mundo esperto.
- Se ninguém morrer até lá - Eliza sussurrou para namorada enquanto ambas percebiam que das 10 torradas, não tinha uma única que não estava queimada.
Pam ria baixo para o amigo não ouvir. Elas não iam conseguir comer aquilo, então enquanto Ulysses estava no banho, elas jogaram tudo no lixo e preparam tudo de novo. À tempo do garoto sair e estranhar a mesa nova.
- Cadê meu café?!
- Pois é né, acabou - Pam disse - Então a gente fez mais.
- .... - Ulysses as encarou por alguns segundos - Então tá.
E depois foi para o quarto se vestir. As duas voltaram a rir e finalmente começaram a comer.
E no apartamento 3A, Thiago acordava sozinho na cama de Ulysses, já que a sua ainda estava sendo ocupada pela sua mãe. Se espreguiçou para poder conseguir se levantar e ficou alguns minutos encarando as fotos no mural do amigo. Eles pareciam tão felizes ns fotos do ensino médio. Mal dava para acreditar que faziam 5 anos desde o terceirão.
- Thiago, o café tá na mesa - Sua mãe gritava da cozinha.
A única coisa boa daquela situação era que a comida de sua mãe realmente era bem melhor que a do seu amigo. Assim, ele não se preocupava em nenhum momento com as refeições.
Enquanto ele tomava seu café puro, percebeu que o terno que ele havia deixado no sofá não tava mais lá.
- Mãe... Cadê meu terno?!
- Botei pra lavar, óbvio, tava todo amarelado.
- É O MEU TERNO. ELE É AMARELO. - Ele gritou indignado.
- Que ridículo, nunca te vi usando amarelo.
- Por que a senhora só me dava roupa azul, preto e verde - Thiago respirou fundo - E por que a senhora lavou?! A gente só lava roupa no início no mês.
- Isso é porquisse.
- Não, isso é não desperdiçar água. Meu Deus. - Thiago se levantou irritado.
- Não use o nome de Deus em vão - Ela se levantou.
- NÃO ME ESTRESSA EM VÃO, ENTÃO.
Engulo os sapos
Eu finjo estar com fome
A culpa sempre minha
Sou eu que exagero
Mesmo querendo me soltar
O mundo vai negar, dizendo que eu sou a bruxa
Sei que não é faz de conta
Fogueira tá no sangue
Eu como a torta de maçã
Pra não fazer desfeita
Garfos pro lado e eu me finjo satisfeita
Aprendi bem cedo a ser uma linda princesa
Na mesa, cumprindo ordens de etiqueta
Tanto veneno que a gente deixa ecoar por dentro
Vem destrói, e segue o vento
Thiago pegou sua chave e saiu, descendo as escadas rápido para ter certeza que a mãe não iria atrás. Mas ao perceber que ainda estava de pijama, teve que voltar, a encontrando sentada no sofá de pernas cruzadas.
- Posso saber aonde você vai?!
- Não, não pode - Ele passou direto pro seu quarto.
- Você por acaso vai no casamento daqueles viados?! - Ela foi atrás deles.
- Aqueles viados tem nomes e esses viados por acaso também são meus amigos, então se a senhora quiser falar merda, faz um favor pro mundo e CALA A BOCA - Ele dizia enquanto botava uma calça jeans e uma camisa por cima do pijama.
- Você não...
- Não, eu não vou tomar. Por que eu não quero. Por que eu não to afim. Por que a senhora NÃO MANDA EM MIM - E saiu mais uma vez.
Eliza já estava pronta, de calça social e uma sapatilha preta. Uma camisa branca e o cabelo vermelho preso no alto. A pele continha a maquiagem mais discreta do mundo que contraponha com a maquiagem de Pam que parecia mergulhada no glitter. Usava um macacão vermelho que combinava com seu batom. E o cabelo levemente enrolado com rosas de enfeite. Ulysses também já estava de camisa branca e terno preto. Os 3 já estavam prontos. Ou quase isso.
- Não vai fazer nem contorno?! - Pam dizia já pegando sua maleta de maquiagem.
- Ah, o contorno já uma coisa muito complexa pra mim. Me deixa só de base e pó mesmo - Ele ria tentando sair.
Mas não adiantou, pois Pam o agarrou pelo blazer e o jogou no sofá indo para cima dele com o pincel. Ambos riam da situação com seus rostos proximos um do outro. Deixando Eliza com um blush natural de sangue subindo para sua cabeça; Quando a campainha tocou, fazendo ela murmurar um "graças a Deus" irritada que fez Pam e Ulysses se olharem com medo de morrer.
- Thiago?!
- Oi, posso usar o banheiro de vocês?! - Ele entrou com um terno novo na mão.
- Por favor, diz que tu não esqueceu de pagar a água - Ulysses se aproximou conhecendo a memória do amigo.
- Não, eu só não queria encontrar a mamãe antes do casamento.
- Aaaah...
Ambos ficaram se olhando por alguns minutos. Era por esse sentimento de não querer lidar com a Mãe de Thiago que Ulysses saiu e foi por esse mesmo sentimento que Thiago agora estava ali.
- Pode usar - Eliza dizia enquanto Thiago passava direto para o banheiro.
Pam e Ulysses trocavam olhares enquanto escutavam Thiago se arrumando. Era palpável a tensão no ar. Eliza via os dois conversando por olhares e tentava entender o porquê daquilo. Sabia que a amizade deles cresciam juntamente com seu relacionamento, afinal, ambos se aproximaram da Pam exatamente no mesmo segundo, mas ainda assim, era impossível não se incomodar. Se Thiago não tivesse surgido naquele instante com o terno azul claro, Eliza teria que aguentar aqueles sentimentos por mais alguns segundos.
Os 4 desceram para pegar o táxi e foram ao casamento sem falar muito. Pam estava no celular, entre Ulysses que evitava olhar para Thiago no banco de frente e Eliza que olhava por cima do ombro tentando saber com quem Pam falava. Era um dos investidores que Bruno 1, Bruno 2 e Pam esperavam a respostas.
- Eles aceitaram - Pam disse chocado.
- Quê?! - Ulysses virou confuso.
- Os Investidores aceitaram patrocinar nossas pesquisas - Pam dizia tentando não borrar sua maquiagem com lágrimas - Os meninos e eu vamos trabalhar juntos em solo africano.
- Meu Deus, Pam - Ulysses a abraçou chocado junto com a amiga.
- Você escutou, Eliza?! - Pam se virou para Eliza.
- Escutei.
Eliza não sabia o quê falar. Por um lado estava feliz que os projetos da namorada finalmente iam para frente. Por outro, ela sabia que agora não ia ser só 5 dias que ficariam afastadas. Mas antes que ela pudesse pensar em falar alguma coisa, o táxi chegou.
Eles desceram naquele local mágico. Era tudo lindo. Um castelo de pedras em frente a uma praia. Parecia um conto de fadas.
- Como eles decidiram isso mesmo?! - Pam perguntava ainda encantada com o local.
- Bruno 1 queria casar em um castelo e Bruno 2 na praia - Ulysses suspirou - Acertaram em cheio.
Pam e Eliza saíram para encontrar os noivos, afinal, eram as madrinhas. Assim, os Padrinhos, Thiago e Ulysses tiveram que ficar juntos para esperar a vez deles. Ulysses evitava a todo custo falar com Thiago, afinal, ele não queria ser o chato do "eu te disse".
- Eu gostei do seu terno novo - Ele virou para Thiago meio sem graça.
- Ela não mudou - Thiago suspirou - Não mudou nada.
- Quê?!
- Eu achei que ela tava aprendendo, sei lá - Thiago se concentrava para não desabar. Ele estava fazendo muito isso desde que sua mãe voltou - Mas é a mesma coisa de sempre, as mesma regras, as mesmas críticas.
Ai, ai, ai, como eu me iludo
Dessa vez eu viajei
Meu Deus confundi tudo
Nossa como eu vacilei
Porque eu já fiz isso milhares de vezes
Como é que eu nunca aprendi
A não ter pena dela tão rápido assim
Eu pensei que ia mudar
E que estava bem claro
Depois dos erros e erros da ultima vez
Mas quando vejo me pego fazendo até planos
De te apresentar pro meus pais
To vendo filme demais
- Desculpa tá jogando isso em cima de você agora, eu sei que você foi o quê mais sofreu com isso e... - Thiago começava a dizer tão rápido que chegava a soluçar.
- Não, Thiago, eu... - Ulysses tentava falar com o garoto, mas na hora, Pam voltou correndo, o atrapalhando.
- Ulysses, a gente precisa de você agora no camarim do Bruno 1!
Pam o agarrou pelo braço, o levando para longe de Thiago, que acabou ficando para trás sem saber o quê o amigo diria. Ulysses primeiro ficou irritado ao ser levado assim, mas ao encontrar Bruno 1 com o cabelo todo picotado e hiperventilando, entendeu a gravida da situação:
- O quê aconteceu aqui?
- Eu não sei, okay, eu não fiz nada - Pam disse desesperada.
- "Nem acredito que você tá casando com seu 1° amor, parece coisa de filme. Ficar com a 1° pessoa que tu beijou. Eu não conseguiria casar com alguém sabendo que nunca nem experimentei outra coisa" - Eliza disse imitando a voz da namorada - Foi o discurso que a lesa fez pra ele.
- PAM! - Ulysses virou para a garota.
- Foi sei querer.
- Tá, tá - Ele respirou - Mas e o cabelo?! O quê aconteceu?!
- O Bruno cortou o cabelo ontem pro casamento, ele tava tão bonito, Ulysses - Bruno dizia sacudindo o amigo nos braços - Então eu comecei a ficar neurado, eu não tinha feito nada de diferente, então eu tava aqui, de boa e achei essa tesoura naquele gaveta ali - Bruno puxou uma tesoura que estava na penteadeira do seu "camarim" - Ficou muito ruim?!
- ... - Ulysses, Pam e Eliza se olharam e responderam em coro - Imagina.
- Ai, eu to horrível - Bruno caiu no chão em choro.
- Tá, legal, meninas, eu preciso que vocês achem uma máquina de cortar cabelo AGORA - Ulysses abriu a porta expulsando as meninas.
Assim que elas saíram, ele trancou a porta ficando a sós com o amigo. Sabia que o cabelo era o quê menos preocupava o garoto. Sentou ao seu lado, no chão e olhou no fundo do seus olhos:
- O quê realmente aconteceu?!
- Como assim?! - Bruno virou para ele confuso.
- Você passou 15 anos com ele. Sonhando com esse momento. E com o atual presidente não é um sonho muito simples - Ulysses soltou uma risada nervosa - O quê aconteceu agora pra te deixar tão nervoso assim?!
- Os investidores aceitaram nosso projeto - Bruno disse - E É ótimo.
- Então...?!
- Eu tenho o emprego dos sonhos, minha família me apoia em tudo e eu vou casar com meu primeiro amor - Bruno respirou fundo - Tudo ficou muito perfeito muito rápido.
- E você acha que não tem mais nada para viver.
- Como você...?!
- Era esse pensamento que eu tinha - Ulysses ria - Eu achava que assim que arranjasse um emprego e uma casa própria, não precisar de mais nada. Minha vida já estaria perfeita.
- E não tá?!
- Bruno, nós somos lgbt em um país homofobico com um presidente que faz um discurso sobre como agressão muda comportamento - Ulysses disse sério - Pessoas assim só deixam os homofobicos com mais certeza de que estão certo.
- ...
- Sua vida nunca vai tá perfeita. E uma parte sua vai sempre tá querendo mudar. E não tem problema nisso. - Ulysses respirou fundo - Mas tudo vai ficar bem.
- Obrigado.
- E sobre vocês nunca terem ficado com outras pessoas, já que falei que eu to aqui, pra dar apoio em tudo...
- Não vai rolar .
- Imaginei.
Logo, estavam rindo de novo e se abraçando. A crise pré casamento de Bruno 1 havia passado e assim que as meninas voltaram com a máquina, ele aderiu um corte de cabelo bem baixinho. Quase um heterotop.
Mas quando Eliza e Pam finalmente tiveram um minuto de paz, só durou 1 minuto mesmo:
- Lembra que a gente prometeu ser sempre sincera?! - Pam virou para a garota.
- Lembro - Eliza respondeu confusa.
- Então porquê você diz que tá feliz, quando não tá?! - Pam perguntou, deixando a namorada sem reação.
- ... Mas eu to.
- Não, eu falei sobre os investidores toda empolgada e você simplesmente ignorou - Pam disse decepcionada - Eu não entendi nada, você foi a 1° a apoiar, e agora...
- Mas eu não achei que fosse mesmo conseguir - Eliza disse sem pensar direito nas palavras que usou.
- Uou - Pam estava em choque.
- Não, quer dizer... Eu...
Eu tenho andado tão sozinho ultimamente
Que nem vejo à minha frente
Nada que me dê prazer
Sinto cada vez mais longe a felicidade
Vendo em minha mocidade
Tanto sonho perecer
Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer
- Por que você nunca me falou essas coisas?!
- Eu não queria te encher com meus problemas.
- Parece que eu não te conheço, Eliza, eu to apaixonada só por quem você quer que eu conheça.
- Eu não queria acreditar que você ia conseguir patrocínio tão rápido, por que eu não me imagino longe de Você
Eu gosto tanto dela, a ponto de querer tá perto, pronto
Não tem outro jeito de me ver sorrir
É louco o efeito dela aqui
- Mas não pode ser assim - Pam suspirou - Eu não sou uma parte sua. Eu sou só eu e você é só você. Somos duas pessoas complestas e pronto.
- Mas eu te amo.
Se ela disser que crê e bota fé
Na minha ideia não precisamos mais discutir
Nem meter o pé
Pelas mãos, oh mulher
Nenhuma plateia será capaz de destruir
Eu to fazendo o que posso
Pensando em um futuro próximo, o nosso
Eu e você
Você minha dama, eu vagabundo
Daria todo o mundo
E um pouco mais de outro só pra te ver
Se é sonho não vou acordar
Ela é minha onda do mar
E a gente canta, dança, então
Chega pra cá
Esperança eternizar
O seu sorriso brilhar
É com você que eu quero estar
- Eu também te amo.... Mas não sei se consigo viver sabendo que sua vida toda gira em torno de mim. E se um dia a gente acabar?!
- Você pensa nisso?! - Eliza parecia assutada com essa probabilidade.
- Eu... Preciso pensar.
Pam saiu em choque. Eliza ficou em choque. Era uma conversa que era necessária, mas que depois que rolou, elas entenderam o porquê evitaram por tanto tempo. Não sabiam mais como ia ser aquela relação dali pra frente.
No camarim de Bruno 2, ele não conseguia parar quieto. Andava de um lado pro outro frente ao espelho, roendo as unhas, quando escutou o barulho da porta e seu amor entrando.
- Bruno?! O quê você tá fazendo aqui?! A gente não pode se ver - Bruno 2 tentou se esconder atrás da tapadeira. Mas Bruno 1 já havia visto o terno 100% branco.
- Uau... Você tá lindo.
- Você também - Bruno 1 também estava com im terno semelhante, mas estava de cabelo novo - Gostei do corte.
- Obrigado - Ele sorriu nervoso.
- O quê você tá fazendo aqui?!
- Eu pensei em desistir do casamento.
- O quê?! - Bruno 2 quase desmaiou com o susto.
- A pressão eu acho - Ele riu nervoso - Mas aí eu percebi que não importa o quê aconteça, eu NUNCA vou deixar de te amar.
- Nem eu - Bruno 2 se aproximou do namorado - Eu te amo hoje amanhã e sempre.
Gosto de ser imaturo com você
Gosto de me entregar e me perder
Quero poder implicar com todas suas maneiras
Fumando qualquer coisa pra me entreter
Me arrisco nessa vida só pra ver você
Toda a nossa juventude corre pelas veias
É que eu sou fraco, frágil
Estúpido pra falar de amor
Mas se for com você, eu vou, eu vou
E então eles deram seu último beijo como noivos e minutos mais tarde subiam ao altar. As pessoas mais importantes de suas vidas estavam nas cadeiras. E no altar junto com eles, seus melhores amigos. Tudo estava perfeito. E ali se declararam casados.
Vem pra perto de mim
Já cansei de esperar
Você nem vai acreditar
Quando vir a nossa casa pronta
As flores na sala de estar
E os detalhes que você gosta
Eu fiz um quarto pra você
Decorei até a sua porta
Você que vai, você que vem
Você que quer e tem
Quiçá virá, será se pá
Quer ver onde vai dar
Se sim disser, se a mim quiser
Já viu, já é, já deu
E eu vou torcer pra ser você e eu
Na hora da festa eles estavam se divertindo novamento. Era como se tudo continuasse a mesma coisa e ao mesmo tempo tudo havia mudado.
Ulysses se afastou da festa, procurava Thiago que também havia sumido e não ficou tão surpreso ao encontra-lo na areia. Sentou-se do seu lado e não falou nada, apenas apertou sua mão e colocou a cabeça em seu ombro. Thiago virou seu rosto na direção de Ulysses.
Quando o mundo ao meu redor
Para e deixa de existir
Parece desaparecer
Eu vejo você surgir
A vida vem me dá um nó
E por inteiro me desfaço
Desfila rindo sem dó
Me refazendo a cada passo
Quando eu te vi passar
Você não quis olhar
Eu vi que disfarçou
E me deixou sem ar
Ulysses se levantou, trazendo Thiago para mais perto. De mãos dadas, voltaram para festa com Ulysses o guiando.
Roubei um cigarro
E um vinho barato
Você me ensina a fumar?
Se tua mãe te chama
Eu tô embaixo da cama
Rindo sem pensar
Se a timidez por fim fechar meus olhos
Pra tentar dizer o quanto eu quero
E qual santo vai ousar, ah
Nos dizer o que é pecar, amor?
Me olha assim de canto e pede
Dança, dança, dança, dança, dança pra mim
E as horas foram passando e Bruno 1 e Bruno 2 arranjaram um jeito de fugir logo para lua de mel. Não aguentavam mais ficar 1 segundo longes um do outro. Suas roupas jogadas foram enfeitando a sala. Beijos trocados e mãos bobas soltavam gemidos pela casa. Deliravam de prazer. A noite foi a mais doce. Digna do nome.
Mas enquanto aquele casal comemorava o casamento, Eliza chegava em casa tarde e sozinha., não havia encontrado Pam em lugar nenhum. E ao chegar em casa e ver sua namorada sentada no sofá sozinha, entendeu o porquê.
Teu olho despencou de mim
Não reconheço a tua voz
Não sei mais te chamar de amor
Não ouvirão falar de nós
A gente se esqueceu, amor
Certeza não existe não
E a pressa que você deixou
Não vem em minha direção
Parece que o tempo todo
A gente nem percebeu
Que aqui não dava pé não
Que tua amarra no meu peito não se deu
Te vi escapar das minhas mãos
Eu te busquei, mas
Não vi teu rosto não
Eu te busquei, mas
Não vi teu rosto
Não
E enquanto Eliza e Pam tinham a discussão de suas vidas, Thiago e Ulysses voltavam para casa em grande estilo. Rindo juntos, um ajudava o outro a não fazer muito barulho ao mesmo tempo que eles trombavam em todos os móveis que vinham pela frente.
Agora que estou (vou)
Tendo que me esconder
Tua mãe quer me matar e teu pai me prender
Eu tenho aquele estilo que te deixa preocupada
Bolada, desleixado na bike invocada
Mas não venha me dizer o que é melhor pra mim
A vida vai mostrando, sempre foi assim
Da escola fugi, na rua formei
Pronto pra te fazer com a malícia que eu herdei
O que ela quer, que eu deixe tua filha em paz
E o que ela quer, que você não me procure mais
Eu não tenho classe, eu não sou ninguém
Eu não tenho herança que te convém
Mas eu sou quem te faz tão bem
Diz que eu vou te perverter e já mandou me deter
Ela sonha que você é uma ingênua criança
Mas eu te deixei esperta, atirada e mente aberta
Junta tua mesada e vem pagar minha fiança
Porque eu não sou o modelinho que você sonhou
Nem sei dirigir, eu nunca fui doutor
Diploma nem vi, status nem tem
Na febre de vencer e provar quem é quem
O que ela quer, que eu deixe tua filha em paz
E o que ela quer, que você não me procure mais
Eu não tenho classe, eu não sou ninguém
Eu não tenho herança que te convém
Mas eu sou quem te faz tão bem
E o teu erro foi ter proibido
De mero plebeu pra ela
Eu me tornei um vício
E o teu erro foi ter proibido
Escondido é bem melhor
Perigoso é divertido
Não vou desistir de ter você, não vou
Faço o que eu puder fazer, se quer se perder é só me achar
Eu tenho a fórmula pra te relaxar
Eu não vou desistir de ter você
Não vou, faço o que eu puder fazer
Agora vou descontrolar, vou perder a linha
E o paraíso proibido te aplicar
Se trancavam no quarto de Ulysses, ignorando completamente quem iria ouvir o quê quer que eles fossem fazer, naquela noite, iam ser só os dois. Ulysses ficou escorado na porta enquanto Thiago se aproximava. Tudo estava perfeito de novo. Thiago fechou os olhos e aproximou seus lábios, mas tudo que sentiu foi o impulso das mãos de Ulysses o empurrando para longe. Abriu os olhos assustado e tudo o quê encontrou foi Ulysses caindo no chão vomitando sangue e ficando mais branco que neve.
Tudo que ele conseguiu fazer foi gritar por ajuda.